quinta-feira, 6 de março de 2014

Ser ou não ser empreendedor: testes à nossa capacidade de empreender

“(…) antipático, autocrático, autoritário, individualista, obcecado por enriquecer às custas de terceiros, que só pensa em dinheiro, etc.”.
(Saraiva, 2011)

Como refere o autor, estas são algumas das caraterísticas que, erroneamente, a sociedade emprega ao perfil do empreendedor, isto é, ainda existe um vínculo negativo à nossa perceção sobre este agente. Com efeito, muito há a fazer neste contexto de modo a alterar este conjunto de perceções.
Porém, o mesmo autor refere que:

“São os empreendedores que, em última análise, lideram a criação de valor, postos de trabalho, desenvolvimento económico/social (…)”.

Tendo em conta esta referência, a importância do empreendedorismo e, consequentemente, do empreendedor é incomensurável. Todavia, Portugal ainda é um país que “penaliza” a atividade empreendedora, dando pouco (ou nenhum) espaço para se falhar, tornando os portugueses um dos povos com maior aversão ao risco no momento de empreender (GEM, 2010).


“ (…) the entrepreneur is the man who gets new things done.”
(Joseph Schumpeter, 1934)

Á luz da literatura e investigação científica existentes na área é possível definir (não completamente) o perfil do empreendedor através de pontos comuns entre os mesmos.
Apresenta-se um pequeno quadro com algumas referências relativamente ao que é ser um empreendedor, ou melhor, como se comporta um empreendedor:

Autor, data
Referência
Ferreira, Santos e Serra (2010)
Ser empreendedor é: 1) tomar iniciativa para criar algo novo; 2) despender tempo e esforço para garantir o sucesso; 3) não olhar apenas a recompensas financeiras, mas também de independência, reconhecimento social e de realização pessoal; 4) assumir riscos: financeiros, psicológicos, sociais e emocionais.
Saraiva (2011)
As caraterísticas de um empreendedor passam por: 1) ter ousadia (saudável), sabendo lidar com riscos calculados; 2) possuir um sentimento de responsabilidade individual e social apurado; 3) capacidade de iniciativa e criatividade; 4) espírito sonhador/concretizador o q.b.; 5) ser capaz de mobilizar e gerir recursos humanos (pessoas); 6) boa capacidade anímica e de resistência à frustração, sendo resiliente e persistente.

Pode-se, inversamente, contribuir de alguma forma referindo as caraterísticas que as pessoas que as têm, dificilmente podem pensar em ser empreendedoras: 1) um conjunto de rotinas, 2) cumplicidade com hierarquias e definição rígida de objetivos e 3) elevado grau de segurança e previsibilidade quanto ao futuro (Saraiva, 2011).

 “Testes à nossa capacidade empreendedora”
A realização destes testes, em primeiro lugar, não pode vincular rigidamente a apetência (ou falta dela) das pessoas para a atividade empreendedora. Apenas serve para se perceber quais os pontos fortes e fracos relativamente às competências que são reconhecidamente pertinentes para este tipo de atividade.

Dito isto, passa-se a apresentar alguns testes, sendo que os primeiros incidem sobre a personalidade e inteligência emocional, algo que deve estar bem presente num empreendedor.

·         Teste de Meyers Briggs (www.mbti.com);
·         Inteligência emocional (www.eiconsortium.org).

Apresenta-se, agora, um exercício sugerido por Saraiva (2011) na sua obra: ”Empreendedorismo”.


-2
-1
0
1
2

Segurança





Aventura
Orientação





Autonomia
Solidão





Interação
Estabilidade





Mudança
Rotina





Imprevisto
Indecisões





Decisões
Tranquilidade





Responsabilidade
Ordenado garantido





Partilha de resultados
Auto-avaliação sumária de identificação com perfil de vida de empreendedores

Na obra: “Ser empreendedor: pensar, criar e moldar a nova empresa”, os seus autores recorrem a um teste desenvolvido por Hisrich e Peters (2004) que passo a apresentar.

Em resumo se o seu resultado for:
Menor que 13 pontos | é melhor trabalhar por conta de outrem!
Entre 13 e 17 pontos | apesar de não ser evidente, poderás ter um perfil empreendedor. Pensa bem!
Mais de 17 pontos | possuis o impulso para te tornares um empreendedor!

Espera-se, com este pequeno post, sensibilizar para a importância da consciencialização de que ser empreendedor não é necessariamente bom nem mau (Saraiva, 2011), mas se eventualmente um dia pensarmos ser, podemos testar a nossa capacidade empreendedora através destas e outras ferramentas que, como dito anteriormente, jamais devem limitar ou impulsionar os nossos horizontes, mas penso nos oferece uma boa indicação.

Caso sintas a necessidade de aprofundar o tema ou queiras ter acesso a ferramentas idênticas a esta entra em contacto através do meu correio eletrónico: amorimruben@gmail.com


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