quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Educador Social e a (DES)Promoção do Racismo




Segundo a revista científica Nature Neurosciense, no cérebro, há um conflito entre ter atitudes racistas e ser-se neutro. Este é o título de uma notícia do jornal Público e que ao ler atentamente tive a necessidade de partilhar as seguintes transcrições e opiniões:


“Há uma grande componente cultural que molda os estereótipos e os preconceitos que os cidadãos têm sobre certos grupos étnicos. Nos Estados Unidos, os indivíduos são expostos a associações negativas entre alguns grupos étnicos e actos de agressão e intimidação. Esta exposição, ao longo do tempo, infiltra-se nas associações que as pessoas fazem, mesmo que, a nível pessoal, um indivíduo não acredite nesse estereótipo”.
Jennifer Kubota, do Departamento de Psicologia da Universidade de Nova Iorque
(Autora do Artigo)

Devido a este grande componente cultural que acaba por influenciar os estereótipos penso que o Educador Social deve trabalhar, juntamente com as pessoas e comunidades, estas questões relacionadas com o racismo (e não só). Tendo em conta que existe uma relação entre o funcionamento do nosso cérebro e os preconceitos e que são processos apreendidos é fundamental que se criem medidas para que desde cedo, nas escolas, existam programas que abordem estas problemáticas. O objetivo seria “moldar” o nosso cérebro através da Educação Social. Esta minha sugestão surge com base na seguinte afirmação:

“(“O nosso cérebro gosta de fabricar preconceitos”), ou seja, tomamos as características humanas que não são maioritárias como algo negativo. “É preciso educação e esforço”, acrescenta, para lutar contra os estereótipos”.

Steven Sherman, psicólogo social da Universidade do Indiana

Assim, com base na afirmação deste Psicólogo Social reafirmo a importância do papel do Educador Social na Educação e no Esforço. A Educação não formal e informal é o contexto de intervenção deste Profissional e o Esforço deve ser conseguido num conceito de empowerment, isto é, num empoderamento do individuo para que ele próprio, autonomamente, altere os seus comportamentos e os ajustes à sociedade. Para tal é fundamental alterar toda uma cultura (mentalidades) e este trabalho é apenas conseguido com base num trabalho interdisciplinar e onde todo o sistema seja preparado para isto, quer a nível legal, quer a nível da nossa postura perante o outro.

Apenas para terminar deixo algumas conclusões:

  • ·    Deve existir uma relação de muita proximidade entre o Educador Social e a ciência, i.e., o conhecimento;
  • · O Educador Social deve ser, de forma autónoma, um pesquisador nato de conhecimento;
  • ·    Deve existir mais investigação na área social para que possamos saber o porquê das situações se gerarem para assim podermos redefinir as nossas metodologias de intervenção;
  • ·   Refletir sobre a imensidão das nossas áreas de intervenção, definindo tarefas concretas do que o Educador Social pode fazer para aumentar a credibilidade do seu (nosso) trabalho;
  • ·   Ter em conta que tudo é Educação Social, desde que devidamente associado e claramente justificado.

Á medida que pesquiso e que me deparo com diversa informação e problemáticas, concluo que o trabalho do Educador Social é (pode ser) fantástico. Contudo, para isso, é pertinente que todos nós tomemos parte ativa no reconhecimento e validação desta profissão tão (e cada vez mais) necessária na nossa sociedade.

Link da notícia |

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Fonte | Jornal Público

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