quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pessoas Idosas – Perspectivas

Artigo disponível na integra no e-book
"O Educador Social nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas"
(pode solicitar o e-book clicando aqui)




Entramos inequivocamente numa fase onde debater a questão do envelhecimento é inevitável. Por um lado, a comunidade científica desdobra-se em estudos acerca deste tipo de população, por outro, as próprias pessoas idosas, bem como os seus familiares, manifestam grandes preocupações/exigências em relação a este fenómeno tão natural. Concomitantemente, existe o mercado que tem apostado em diversificar os serviços para este tipo de população e no aumento da qualidade dos mesmos.

Deveras pertinente, são as diferentes perspectivas que se evidenciam relativamente ao envelhecimento.

Esta alteração demográfica, cada vez mais dominante, acarreta um sem número de assimilações necessárias à realidade. Economistas, Políticos, Psicólogos, Gerontólogos, Sociólogos, Educadores Sociais, Assistentes Sociais, Médicos, Investigadores, Animadores Socio-culturais, Enfermeiros, entre outros, assumem diferentes perspectivas inerentes ao que é ser idoso na actualidade e, essencialmente, do que é ser idoso no futuro.

Na minha perspectiva, num Mundo global e em constante mudança e do conhecimento, o envelhecimento das sociedades assume um papel fulcral, social, cultural e economicamente. A faixa etária da pirâmide que será dominante é a que, em tempos, era minoritária, e isto, obviamente, trará consequências que podem ser positivas/negativas, tudo depende da forma como encararmos o futuro.


A percepção que temos dos nossos idosos não é a mais positiva. Frequentemente, ouvimos técnicos que trabalham com pessoas idosas proferirem “desabafos” e alguma frustração porque não conseguem implementar os seus projectos, as suas ideias…
Pois bem, penso que esta percepção menos favorável é condicionada pela ausência de objectivos, por uma mentalidade que a sociedade impõe aos idosos que são inúteis, que para nada servem. Este sentimento de inutilidade, para ser alterado, exige também uma alteração de posturas e formas de estar na vida dos mais velhos, sendo fundamental que estes queiram transmitir uma imagem diferente daquela que vigora no momento. Claro que não o poderão fazer sozinhos, pois tem de ser um trabalho de toda a sociedade, que se inicie na infância, através da transmissão de valores que promovam o estatuto de ser idoso no nosso país e em todo o Mundo.

Pode-se inferir, então, que todos necessitam mudar e o objectivo é que antecipemos alguns dos problemas que certamente advirão destas transformações.

Penso que o que é ser idoso hoje, não é, certamente, o que será ser idoso amanhã, até porque as novas gerações têm um perfil completamente diferente, mais escolaridade, melhor qualidade de vida, mais expectativas e, sobretudo, mais necessidades.
Todos temos consciência que teremos de trabalhar mais tempo, cada vez com menos garantias, o que pode levar a mais problemas sociais, numa perspectiva negativa, mas também a oportunidades, desde logo alterar o paradigma do envelhecimento. Com os avanços tecnológicos e médicos que se emancipam, temos a certeza que viveremos mais tempo, contudo, ainda não sabemos se viveremos com mais dignidade e qualidade.

O facto da competitividade entre cidadãos aumentar, certamente conduzirá ao aumento da criatividade, do rigor, onde os mais adaptados poderão ter êxito. Assim, perspectivo que as pessoas idosas de amanhã serão designadas de seniores (idosos activos, com projectos, necessidades, independentes e autónomos) com um enorme potencial que investirão em ter uma maior qualidade de vida, necessitando de novos serviços, cada vez mais personalizados e individualizados. Serão pessoas politicamente (na verdadeira essência do conceito) activas, reivindicativas, possuidoras de um enorme potencial e conhecimento, de modo a mostrar à sociedade que serão uma mais-valia para a mesma.


As pessoas idosas do futuro aproveitarão o tempo livre que têm para produzir, para se preocuparem em minimizar algumas problemáticas sociais e que regressarão a possuir o respeito das gerações mais novas.

Assim o espero e, no que depender de mim, assim trabalharei, pois apesar de apenas sabermos o que é ser idoso quando o formos, devemos reflectir na posição e postura que teremos quando lá chegarmos.

Será que nos iremos resignar ao estilo de vida da maioria das actuais pessoas idosas?

Estou convencido que não...

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